Entendendo o porquê da divida do Quebec

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Entendendo o porquê da dívida do Québec

Vamos entender melhor a política do Québec para entendermos o porque ela é a província com a menor renda por habitante.

Uma das razões para a economia do Québec ser mais fraca se comparada com as outras províncias é que algumas das províncias mais ricas se apoiam mais em seus recursos naturais, como no caso de Alberta.

Apesar de ser a província mais pobre, a desigualdade social no Québec é menor que no resto do Canadá.

10% da população embolsa 27% da renda total do Québec. A renda média deste 10% da população equivale à $85.700 após impostos (dados de 2014). 68% entre eles são homens, com pouquíssimos imigrantes.

Existem 19 partidos políticos no Québec, sendo que apenas 4 são representados na Assembléia Nacional. São eles: Partido québécois, Partido liberal do Québec, Coalition Avenir Québec e Québec Solidaire.

Um dos maiores desafios para qualquer Primeiro Ministro desta província é gerar a enorme e vergonhosa dívida. Neste site vocês podem acompanhar em tempo real como ela aumenta a cada segundo: http://www.iedm.org/fr/57-compteur-de-la-dette-quebecoise

É preciso apertar o cinto e diminuir os gastos tentar controlar a dívida.

Um novo Governo controlando a dívida

O atual primeiro ministro, Philippe Couillard, é o chefe do Partido Liberal do Québec, antigo deputado federal e ministro da saúde.

O Partido Liberal do Québec é o mais antigo dos partidos. Governou por mais de 75 anos. É considerado como sendo de centro-direita, federalista. Ou seja, quer que o Québec continue sendo parte do Canada.

Couillard causou muita polêmica quando anunciou o seu plano econômico. A austeridade para tentar obter um melhor equilíbrio, tivemos que apertar os cintos.

Este plano econômico é mais rigoroso e apertado. Os principais pontos são:

  • O aumento das taxas sobre o tabaco e o álcool;
  • Corte de 130 milhões na comissão escolar;
  • Controle do aumento salarial dos médicos que já havia sido anunciado, aumentado em um período de 8 anos;
  • Compressão da verba destinada às universidades de 172 milhões;
  • Corte nas ajudas sócias de 15 milhões;
  • Fim da tarifa única nas creches subvencionadas. Uma economia de 308 ao governo;
  • Diminuição da verba destinada às cidade de 300 milhões ao total;
  • Aumento do seguro obrigatório para veículos e a taxa para adquirir uma placa;
  • Redução da dedução de imposto sobre cotização sindical;
  • Implantação de uma taxa de carbono para as companhias petroleiras. Isso aumentou o preço da gasolina em torno de 2 centavos por litro;
  • Redução dos empregos na função pública. Cerca de 300 milhões de economia por ano;
  • Redução dos dias de ausência por doença dos funcionários públicos;
  • Aumento do numero de alunos nas classes de 4o, 5o e 6o ano;
  • Corte no sistema de saúde público;

Vários outros cortes foram anunciados mas pouco tempo depois foram anulados.

Claro que após anunciar este plano econômico, o governo Couillard perdeu popularidade e teve que viver a insatisfação dos sindicatos.

Houve várias paralisações e teve que renegociar alguns pontos do seu plano.

O Parti Québecois

Quem governava antes de Couillar era o Partis Québecois. A chefe era Pauline Marois, a primeira mulher à ser primeira ministra do Québec. Durante a sua carreira dirigiu nove ministérios provinciais. Marois ganhou as eleições em 2012 por causa dos escândalos de corrupção, principalmente ligados aos contratos com construtoras durante governo Jean Charest.

O Parti Québecois (centro-esquerda) defende a independência do Québec e a proteção da língua francesa. O governo de Marois foi um governo minoritário. Ela sofreu uma tentativa de assassinato enquanto fazia um discurso após o anúncio de que havia ganhado as eleições.

Ela instaurou o programa de pré-maternal para crianças de 4 anos nas comunidades desfavorecidas e investiu um pouco mais na saúde e nos centro de pessoas idosas. O seu governo foi considerado por muitos como sendo incoerente e confuso.

Nas ultimas eleições ela perdeu mesmo no sua circunscrição. Depois disso deixou o cargo de chefe do Partido Québecois que hoje é ocupado por Jean-François Lisée.

Os demais partidos

O terceiro partido com maior numero de representantes na assembleia nacional é CAQ (Coalition Avenir Québec), partido de centro-direita. Representado por François Légault. É um novo partido, criado em 2011 que defende a restruturação econômica e a necessidade de investir mais em educação e saúde.

Québec Solidaire, com apenas dois representantes na assembleia nacional, é o partido mais importante de esquerda do Québec. Nas ultimas eleições era chefiado por Françoise David e hoje é chefiado por Andrés Fontecilla. É um partido verde, progressivo, democrata, feminista, anti-globalização, pluralista e soberano.

Uma questão de opinião

Eu sempre defendi a centro-esquerda, mas eu não sou soberanista. Não acredito que seria o melhor para o Québec se separar. Infelizmente a economia do Québec há muitos anos vai mal e acredito que seja importante alguns bons cortes para obter o equilíbrio econômico, mas deveria ser evitado cortes na saúde e educação.

Eu ainda não identifiquei o candidato perfeito com quem me identifico, mas fico atenta à toda noticia.

Quem já tiver se posicionado em relação à política do Québec e quiser dividir um pouco da sua escolha e razoes seria muito apreciado.

Fiquem à vontade para fazerem criticas, correções, acrescentar ou contar como você tem vivido os diferentes governos.

Referências

  • 23 pontos para entender a austeridade (francês)
  • O Québec é o último no Canadá (francês)
  • No Québec, 10% das pessoas ficam com 27% da renda (francês)