A condição da mulher no Québec hoje

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A condição da mulher no Québec hoje

O Canada é com frequência considerado um dos países com condições mais favoráveis para as mulheres.

O Québec em 2015 foi cotado como a 3a província do Canadá com melhor nível de igualdade entre homens e mulheres. Mas mesmo assim, ainda tudo pode ser melhorado. Em geral a mulher ainda recebe menos que os homens. Em torno de 20 mil à menos por ano.

Nos últimos 35 anos, a porcentagem de mulheres no mercado de trabalho aumentou de 86% e o nível de escolaridade acompanhou este crescimento. No Québec quem se afirma e tenta conquistar melhores direitos e condições recebe um nome: ”Germaines”.

Hoje mais de 70% das mulheres que vivem no Québec possuem um diploma de nível superior ou técnico, o que ultrapassa a taxa de escolaridade masculina. Mais de 25% das trabalhadoras ocupam cargos a tempo parcial, 10% a mais que os homens.

Mulher imigrante: ainda mais problemas

Entre as mulheres imigrantes a situações é um pouco mais difícil.

Os imigrantes em geral sofrem para serem aceitos no mercado de trabalho, principalmente devido a dificuldades de equivalência de diploma e aceitação. Mesmo assim, os homens imigrantes são 10% mais aceitos.

As mulheres imigrantes sem diploma conseguem 20% menos se inserir no mercado de trabalho que as mulheres nascidas aqui.

Eu trabalho na maior companhia do Québec e nesta companhia existem mais mulheres do que homens. Somos 76%. 57% das mulheres ocupam cargos de direção, o que é ótimo!

As mulheres continuam buscando obter a igualdade e a tendência é de continuarmos sendo ”Germaines” quer se queira ou não.

Agressão e impunidade

O Canada é atualmente considerado como o 3o país mais seguro para as mulheres. O triste é que quando se analisa os dados se vê que a situação está longe de ser ideal. 1 em cada 4 mulheres no Québec com menos de 18 já foi vítima de violência sexual. Estima-se que apenas 5% das agressões sexuais são registradas na polícia.

Em 2015 foram confirmados pela polícia quase 4 mil casos de agressão sexual. Hoje falamos de 2/3 das vítimas são menores, 76% são casos de incestos.

De um lado mulheres lutando por uma melhor posição na sociedade quebequense, do outro mulheres que optam pela prostituição.

Indústria do sexo

Montréal é considerada uma das capitais do sexo, com mais de 1 mil estabelecimentos ligados ao comércio do sexo. Estima-se que torno de 30 mil pessoas trabalham nesta área. Aqui a prostituição é semi-legal e a industria do sexo extremamente lucrativa, sendo a segunda maior fonte de renda do crime organizado.

A maioria das trabalhadoras do sexo entram em atividade por volta dos 15 anos, muitas vezes para fugir da violência em casa e acabam sendo atiradas pela possibilidade de fazer dinheiro fácil.

Uma conhecida que é dançarina me disse que fazia em torno de 3 mil dólares por mês, trabalhando 1 vez por semana dançando nua em uma boate em que homens podem tocá-la.

Parece dinheiro fácil, mas não é. 90% acabam sofrendo agressões físicas e a mortalidade é 40% maior entre as trabalhadoras do sexo.

Triste constatação de saber que estes dados absurdos são os dados de um dos melhores lugares do planeta para ser mulher.

Que mulher que nunca sofreu nenhum tipo de abuso? Qual mulher nuca levou “mãozada” indesejada em uma balada?

Se você é uma mulher que nunca sofreu nenhum abuso sexual, sinta-se sortuda pois uma em quatro sofre. Se você ocupa um cargo de direção, eu diria que a sua estrela brilha forte. Você faz parte de apenas 16%. Os outros 84% são homens.

Pensem nisso!