Chega de reclamar e mude sua vida
Existe um ditado em japonês: Menmen no yōkihi. Ele quer dizer “que todos possam crer que seus gansos são cisnes”.
Chegando a época de final de ano, muita gente começa a avaliar como foi seu ano, suas conquistas e fracassos. É quando muitos começam a planejar suas metas e objetivos, a fazer promessas para o novo ano ou para uma nova vida.
Lendo blogs, assistindo a canais, acompanhando comunidades em redes sociais acabei montando uma lista com o que as pessoas definem como seus objetivos:
Eu acredito que todos esses pontos são objetivos válidos para cada uma das pessoas que os definiu. Como dizem por aí: “cada um sabe onde o calo aperta”.
Temos o hábito de criar objetivos imediatos para atender a uma determinada necessidade momentânea, geralmente motivada por uma insatisfação ou insegurança. Excesso de peso, desejo de ser amado, vontade de viajar, fugir da vizinhança onde mora, mudar de carreira, abandonar sua família, etc. Dadas as condições e oportunidades corretas, qualquer um pode atingir qualquer um desses objetivos. Mas será que é realmente a solução?
Em determinados momentos acabamos questionando o que realmente estamos fazendo da vida. Dúvidas como “o que eu estou fazendo aqui?” ou “não é isso que eu quero da vida” que nenhum dos objetivos parecem preencher. É geralmente quando surge a necessidade de dar um sentido para a vida.
Metas e objetivos
Em japonês existe uma expressão chamada “ikigai”. Numa tradução livre seria algo como “o propósito da existência”. algo que você gosta de fazer, que faz com prazer, que tem habilidade para desempenhar e que ainda por cima tem um retorno com isso.
O ikigai é algo individual, que se manifesta de maneira diferente para cada indivíduo. Não é preciso que alguém decida por você ou que venha impor quem você deve ser ou fazer. Cada pessoa tem um gosto pessoal, uma preferência, uma personalidade. Algo que a leva a buscar seu caminho.
O objetivo por trás do ikigai pode ser tão profundo e poderoso que podemos chegar a literalmente viver e respirá-lo todos os dias, não nos importando em sofrer por isso se for necessário. É graças a essa conexão que conseguimos forças para perseverar quando tudo parece impossível. Algo que pode parecer simples para alguns mas essencial para outros.
O ikigai geralmente é descrito como o desejo interno de completar uma missão pessoal com que nos identificamos profundamente. Nem sempre somos capazes de explicar o porquê. A satisfação interna é inexplicavelmente tão forte que somos preenchidos por uma sensação de plenitude como nada mais.
Essa relação é diferente de qualquer hobby ou passatempo. Vivendo o ikigai nos sentimos parte de algo especial, algo tão profundo que parece ser parte de nós mesmos. Algo que nos motiva e nos completa.
Plenitude e realização
Miyamoto Musashi, um dos mais famosos samurais da história do Japão, dizia que a pessoa deveria buscar a perfeição em todas as ações da sua vida. Segundo ele, não existe nada além de nós mesmos que possa nos fazer melhores, mais fortes, mais ricos, mais rápidos ou mais sábios.
Muitas vezes reclamamos do nosso trabalho, do nosso bairro, da nossa família, reclamamos até mesmo de nós mesmos. Reclamar só faz sentido quando sabemos o que está errado e temos um plano para mudar para melhor. Não se pode perder tempo reclamar e amaldiçoar sua sorte ao invés de encarar o sol da manhã no rosto e ver as oportunidades que aparecem.
Brasileiros, japoneses canadense, americanos, russos. Não importa a origem das pessoas, não importa onde estejam morando. A única coisa que todos temos em comum é o desejo de viver e sermos felizes.
Por isso, vá em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões. Busque aquilo que te completa e te faz feliz. No fim, todos tem pelo menos o direito de acreditar que seus gansos são cisnes.